quarta-feira, 18 de maio de 2011

A Ribalta em Off

Espanto-me com a descoberta de escombros,
A escuridão na ribalta que planejei,
Tenho medo das pessoas e me escondo,
Esta salva de palmas quase me agride,
Preciso de silêncio para criar,
Manifestar toda minha desilusão
Com a ruína de novo castelo de sonhos.

Vou escrever um novo drama,
Onde absolutamente não me encontre,
Compor minha personagem silenciosa,
Imprescindível do alto de meu esconderijo.

Até me sentirei como Deus detrás do pano,
Ali eu matarei quem bem entender
Ou será uma ressurreição a cada novo ato:
- Levanta-te e anda!

Vou ser pornográfico, vou ser santo,
Não vou deixar nada no lugar,
Mas não estarei presente no mundo que criei,
Que sou um criador incorpóreo e sei meu lugar.

 

07/12/1996

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