Divagações do Amor Morto
Se o amor não tivesse morrido,
Eu bem que me apaixonaria por você,
Sem medo do fogo ou da água que o arrefece.
Tem tanta coisa que eu já vi queimar,
Meu coração é um braseiro exaurido,
Na incidência dos ventos que o amor soprou...
O vento balançou a roseira e desnudou a rosa
- Pobre rosa, um coração com pétalas-,
Depois o vento finou-se no mormaço árido
De uma cena árida, sem roseiras, sem terra fértil,
Um canteiro cimentado de poemas inúteis.
A ineficiência da poesia, esse contra-senso
Dito pela boca daquele que entoou sonetos,
Formado pela língua e garganta oprimidas
Na réplica silenciosa de belas donas surdas,
Este contra-senso é o contra-senso advindo
De quem se afogou nas águas paradas do lirismo.
Terá morrido também a inspiração?
Não será mais que uma poça de lama lodosa
Onde os meus pés chafurdam?
E esta pena que traceja tais divagações
Sobre o amor que morreu sedento,
Na imprudente e nobre espera por água doce?
O oceano levou o amor e traiu sua sede,
Cercou-o de amplidão sem fim e fundura
E o amor desacostumou-se da luz do farol,
Exasperou-se de querer a carícia das areias,
Assumiu sua sede e afogou-se pesadamente,
Convencido da segurança das águas profundas.
Silêncio...
As ondas levam conchas à praia,
Levam garrafas com mensagens de amor,
Levam garrafas com pedidos de socorro,
Levam garrafas vazias...
O amor não retorna nessa fábula incomum,
Meu coração é um canteiro forrado por pedras de poesia.
Mas, se o amor não tivesse morrido,
21/02/2002
Se o amor não tivesse morrido,
Eu bem que me apaixonaria por você,
Sem medo do fogo ou da água que o arrefece.
Tem tanta coisa que eu já vi queimar,
Meu coração é um braseiro exaurido,
Na incidência dos ventos que o amor soprou...
O vento balançou a roseira e desnudou a rosa
- Pobre rosa, um coração com pétalas-,
Depois o vento finou-se no mormaço árido
De uma cena árida, sem roseiras, sem terra fértil,
Um canteiro cimentado de poemas inúteis.
A ineficiência da poesia, esse contra-senso
Dito pela boca daquele que entoou sonetos,
Formado pela língua e garganta oprimidas
Na réplica silenciosa de belas donas surdas,
Este contra-senso é o contra-senso advindo
De quem se afogou nas águas paradas do lirismo.
Terá morrido também a inspiração?
Não será mais que uma poça de lama lodosa
Onde os meus pés chafurdam?
E esta pena que traceja tais divagações
Sobre o amor que morreu sedento,
Na imprudente e nobre espera por água doce?
O oceano levou o amor e traiu sua sede,
Cercou-o de amplidão sem fim e fundura
E o amor desacostumou-se da luz do farol,
Exasperou-se de querer a carícia das areias,
Assumiu sua sede e afogou-se pesadamente,
Convencido da segurança das águas profundas.
Silêncio...
As ondas levam conchas à praia,
Levam garrafas com mensagens de amor,
Levam garrafas com pedidos de socorro,
Levam garrafas vazias...
O amor não retorna nessa fábula incomum,
Meu coração é um canteiro forrado por pedras de poesia.
Mas, se o amor não tivesse morrido,
Eu bem que me apaixonaria por você.
21/02/2002
Um comentário:
Sim, foi uma pena o amor ter morrido daquela maneira...
Postar um comentário