Entorno da Ampulheta
Ao me parecer com todos,
No tempo de todos,
Sou uma falha nas areias que escoam,
Sou uma obstrução na ampulheta.
Aonde vou, se esta areia se esgota,
Antes que meus sentidos prestem atenção
À ampulheta esgotada e ridícula,
Em sua ilusão de mobilidade?
Vou entornar a ampulheta,
Na mesma ampulheta e um giro
De areias repetidas e inequívocas,
Novo escoar no mesmo giro.
Uma ampulheta escoada e imóvel,
Impressão de tempo regurgitado,
Quando não se progride nesse ato
E a vida quase já se esgotou.
28/04/2002
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